Traumas emocionais em bebês
- Beatriz Zilli
- 18 de mai. de 2020
- 2 min de leitura
Atualizado: 19 de mai. de 2020

Os traumas psicológicos são sequelas emocionais, deixadas por uma experiência que causou imensa dor e sofrimento. Tal experiência é de tal magnitude que afetam profundamente o comportamento, pensamento e sentimentos do indivíduo.
Mas como os bebês podem ter acesso a essas experiências traumáticas?
Os traumas emocionais em bebês podem ocorrer ainda na gestação ou ao longo dos primeiros meses de vida.
Durante a gestação, mãe e bebê estão interligados física e psiquicamente. Eles vivem a simbiose, ou seja, tudo o que a mãe sente, o bebê sente. Contudo, o bebê ainda não tem suas formações cerebrais suficientes para perceber o que é sentimento e emoção dele ou da sua mãe. Durante esse período, há uma fusão das emoções, tudo o que a mãe sentir, o bebê toma como dele.
As mães não desejam causar estresse aos seus bebês, mas nem sempre é possível prever ou não viver uma situação estressante. Pode acontecer da mãe perder um ente querido, sofrer um assalto, viver sob um ambiente violento, ter algum transtorno psiquiátrico (ansiedade, depressão) e muitas outras situações que geram estresse.
Quando a mãe passa por um situação na qual gerou muito medo, ansiedade e tristeza, o bebê recebe essa carga emocional através dos sons, da frequência cardíaca e de todas as informações que o cérebro processou e, mesmo tão jovem, é capaz de registrar essas sensações e memoriza-las de forma não funcional, gerando um trauma.
O nascimento pode ser traumático
Acontece de muitos recém nascidos terem complicações ao longo do parto. Não raro, alguns bebês nascem com o cordão umbilical no pescoço ou passam por algum procedimento invasivo afim de salvá-lo. Situações como essas são consideradas traumáticas pois trazem consigo sentimentos difíceis de compreender, ainda mais tão precocemente. Algumas crianças com esse histórico podem vir a desenvolver dificuldade alimentares, por exemplo, por terem lembranças traumáticas memorizadas nas regiões que sofreram impacto (por exemplo em bebês que precisaram ser entubados).
Outro momento caracterizado como evento traumático são os bebês internados em UTI. Nessa situações, os bebês precisam ser “separados” dos seus principais cuidadores e muitas vezes ainda estavam no processo de criação do vínculo, momento crucial para nos sentirmos protegidos.
Como se comportam os bebês que viveram um trauma?
Os sintomas e comportamento variam muito, não há regra. Mas bebês que apresentam algum desses históricos citados acima e que sejam bebês que choram muito, que apresentam uma dificuldade anormal para dormir, que não conseguem ficar longe da mãe ou que apresentem doenças relacionados ao histórico passado, é importante atentar-se e procurar ajuda especializada.
A terapia EMDR para trauma infantil é possível reprocessar os traumas precoces de forma segura e assim, possibilitar que o bebê desenvolva de forma saudável.
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